Devido
ao crescimento populacional na região nordeste do país e ao fato de estar
bastante próximo ao litoral, a
caatinga já foi muito modificada pelo homem. A devastação tem se acentuada nas
últimas décadas. As perdas do bioma representam metade do que existia
originalmente.
O consumo mundial
acelerado, impulsionado pela China e pelos países emergentes, inclusive o
Brasil, dobra as descobertas de jazidas minerais no País, nos últimos dez anos.
Os preços dos metais estão quatro vezes maiores. É visível em toda a Bacia do
São Francisco a abertura de exploração mineral. O Complexo
Minerário-Siderúrgico-Madeireiro não só domina o Alto São Francisco, como
também é o principal eixo da economia de Minas Gerais. O setor siderúrgico
demanda enorme quantidade de energia e carbono, grande parte suprida pelo
carvão vegetal. Atualmente as siderúrgicas são abastecidas por carvão
produzido nos Cerrados e Caatingas das Regiões do Norte de Minas, Bahia, Goiás
e Mato Grosso. A monocultura do eucalipto também abastece esse setor e 75,7% do
carvão proveniente dessa atividade são produzidos em Minas Gerais.
A atividade mineradora vem causando enormes prejuízos à Bacia
do São Francisco. Na retirada do minério a vegetação é suprimida, os solos
retirados, os lençóis freáticos rebaixados, causando poluição, erosão e
assoreamento.
Há grande ocorrência de desmatamentos ilegais, em larga
escala, sem qualquer licenciamento ambiental, comprometendo o cerrado
brasileiro. Aí atua o crime organizado, com falsificação de notas para
habilitar o desmate, venda e transporte do carvão, gerando danos ambientais e
prejuízos econômicos e tributários ao Estado. A face ainda mais sombria, porém,
é a exploração do trabalho infantil e escravo.
No Brasil, muitas siderúrgicas usam o carvão vegetal para a
produção do aço. Nesses termos, para cada tonelada de ferro produzida, são
consumidos mais de 600 quilos de carvão vegetal – aproximadamente uma tonelada
de árvores.
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