A seca e a miséria do sertão foram alguns dos fatores que propiciaram a
existência de movimentos populares de resistência/revolta. Os mais famosos e
conhecidos são Canudos e o Cangaço.
O Cangaço surgiu entre o final do século
XIX e começo do XX (início da República). Os grupos de cangaceiros apareceram
em função, principalmente, das péssimas condições sociais da região nordestina.
O latifúndio, que concentrava terra e renda nas mãos dos fazendeiros, deixava
as margens da sociedade a maioria da população. Seus participantes eram
nômades, não possuíam moradia fixa, e passavam pelas cidades realizando roubos,
sequestros e muitas vezes assassinatos. Por alguns eram vistos como justiceiros
e por outros como bandidos, o fato é que tentavam compensar as desigualdades
sociais enfrentadas de maneira violenta e com ‘’as próprias mãos’’.
A chamada Guerra
de Canudos, Revolução
de Canudos ou Insurreição de Canudos
foi o confronto entre um movimento popular de fundo sócio-religioso e o
Exército da República, que durou de 1896 a 1897, na então comunidade de
Canudos, no interior do estado da Bahia. Foi fruto da grave crise econômica e
social em que encontrava a região à época, historicamente caracterizada pela
presença de latifúndios improdutivos, da crença na salvação milagrosa e a
exclusão econômica e social. Motivos semelhantes ao do Cangaço, com exceção da
crença no milagre. Consolidando uma comunidade não sujeita ao mando dos
representantes do poder vigente, Canudos, nome dado à comunidade por seus opositores,
se tornou uma ameaça ao interesse dos poderosos. Ao contrário das expectativas do governo, a
comunidade conseguiu resistir a quatro investidas militares. Somente na última
expedição, que contava com metralhadoras e canhões, a população apta para o
combate (homens e rapazes) foi massacrada.
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